Depois de tantos anos aprendendo sobre gestão, incluindo aqui as experiências acadêmicas, também como funcionário público, como empregado em empresas privadas, e agora mais do que nunca como empresário e consultor empresarial, preciso dizer que o melhor modelo para administrar qualquer organização é aquele onde o cuidado que se deve ter com o negócio é baseado em dois critérios: necessidades e expectativas dos clientes.
E quando falamos de clientes, entramos em um campo bastante sério, complexo, minado. E precisamos concordar que especialmente aqui em Salvador, neste assunto muito se fala, mas pouco se faz.
Por isso que, em se tratando de clientes, considerando a gestão empresarial, o melhor modelo, o caminho mais adequado é a Gestão por Processos.
A partir de hoje estaremos embarcando em uma viagem onde a gestão se tornará um assunto um pouco mais leve, mais descontraído, despojado, sem aquela linguagem chata do “Administrês” com jargões “intraduzíveis”, que quando ouço sinto um mal-estar, uma vontade de vomitar, de rasgar o meu diploma.
Por isso é que vamos traduzir Expertise com um toque do tempero brasileiro, mais prá aqui, prá aqui “de juntinho de mim”, mais prá perto da gente, daquele jeito que Luiz Gonzaga adorava quando chegava do sudeste nas madrugadas frias do sertão, pedindo água do pote, abrindo a tramela, sentindo o cheiro do pai Januário, aquele cheiro, aquele “cheiro meu”.
Vamos falar de gestão e clientes citando a General Eletric da marcante liderança de Jack Welch, sem esquecer o “atendimento excelente” prestado por Seu Lunga de Juazeiro do Norte, este sim, a melhor referência quando o assunto é atendimento a clientes, para não dizer o contrário; um ícone do Brasil.
Também das minhas experiências de menino, lá nos idos da década de 80, quando encostava os meus braços franzinos no balcão da venda de Jessé, em Dias D’ávila, observando às sete horas da manhã a fila de “pés-inchados” para comprar fubúia. E o meu amigo Gilson Santos, filho de Jessé, os dois ignorantes que só eles, gritava dizendo - ô sequinho “desafasta” do balcão que o “bêbo” que passar.
Aliás, a venda do falecido Jessé Santos tinha o mix de produtos mais estranho que já vi. Era um portfólio que atendia a todo tipo de cliente. Até bala de revólver vendia, e vendia muito. Mas esta história eu conto depois...
Vamos trazer o Management prá dentro de casa e misturá-lo com acarajé e damurida, divulgando a minha querida e inesquecível Roraima, dos Macuxis, do Monte Caburaí, esta que ao contrário do Oiapoque como muitos pensam, forma com o Chuí os dois pontos mais extremos do Brasil.
Da minha amada Roraima e do leito caudaloso do mítico Rio Branco, onde dizem que quem toma de suas águas nunca mais sai de lá. Talvez eu tenha sido uns dos primeiros a quebrar esta lenda. Destas águas amazônidas que vez por outra, nos meus sonhos, invadem a Orla Taunaman, desembocando aqui nas praias de Costa do Sauípe. Quanta saudade de você Roroimã.
Quero tratar de Core Competencies, sem perder de vista o estudante azeitado que estuda três idiomas para atender as exigências do mercado, sem tão pouco espantar o executivo “hands on” que trabalha naquela empresa brasileira onde pouco se fala português.
Só uma notícia em primeira mão: já soube que o idioma mandarim não é mais suficiente como diferencial de competitividade. Por causa do programa de exploração do homem à marte, e dos projetos da NASA para os próximos 30 anos....bem vocês já estão até vendo! Como dizia um guru da Administração: o mundo não é dos mais fortes, e sim dos mais rápidos. Então vai a dica: antecipem-se e coloquem uma escola de idiomas intergalácticos. Vamos todos virar alienígenas!
E terminando, vamos pensar em Business como um workaholic, mas ao som contagiante da zabumba do Trio Nordestino em “chupando gelo”, da poesia indigenista de Eliakin Rufino em Roraimeira, da voz morena e brejeira, aveludada, encantada da baiana Carla Visi, da chula de Roberto Mendes e dos grooves poderosos de “Love X Love” do fantástico George Benson. Tudo isto ao mesmo tempo e agora.
E vocês que pensaram que eu fosse falar de cliente. Ah! Desencana, vai! Eu falo de cliente todo o dia. Today is no stress!
Abaixo fiz um glossário para vocês curtirem.
Um forte abraço e até a próxima!
Glossário:
Amazônidas: São todos aqueles que nascem em qualquer Estado situado na região amazônica.
Caburaí: É um Monte, o Monte Caburaí. Localizado no município de Uiramutã no Estado de Roraima tem quase 1500 metros de altitude, na fronteira entre Brasil e a Venezuela. Foi comprovado, por meio de uma expedição em 1998 como o extremo mais distante do país. Do Caburaí ao Chuí, e não do Oiapoque ao Chuí.
Core Competencies: Expressão de origem americana, também conhecida como Competências Essenciais. As competências essenciais de uma empresa são uma coleção de conhecimentos, experiências e habilidades que as tornam únicas e diferentes de todas as outras. O Core Competencies é a principal fonte para gerar inteligência competitiva no mundo dos negócios.
Chula: é uma dança e um gênero musical do Recôncavo Baiano, parte da cultura afro-brasileira.
Damurida: Comida típica do Estado de Roraima, presente nas tribos indígenas Wapixana e Macuxi, feita com peixe de água doce, macaxeira e muita pimenta.
Expertise: Traduzindo quer dizer competência, capacidade que uma pessoa tem de realizar feitos por meio de conhecimento e experiência prática.
Fubúia: Expressão nordestina. Nome dado a uma bebida alcoólica barata, vendida em comércios pequenos do interior.
Gestão por Processos: Prática administrativa que incentiva as empresas a se organizarem com o olho no cliente, baseando as suas rotinas de trabalho naquilo que o cliente quer e espera.
Grooves: Ao pé da letra quer dizer estrias, sulco ou ranhuras. No meio musical é muito usado para explicar uma linha melódica ou um traçado feito com muitas notas.
Hands on: gíria americana, muito falada no meio corporativo e quer dizer mão na massa ou pau prá toda a obra.
Macuxi: Tribo indígena do Estado de Roraima.
Mix: Mistura, muita coisa junta.
Portfólio: Coleção de serviços e/ou produtos desenvolvidos por uma pessoa ou empresa.
Roimã ou Roroimã: Nome de origem indígena. Originou o nome do Estado de Roraima. Significa “monte” “verde”. Roro (Verde), Imã (Monte).
Workaholic: Viciado em Trabalho.
Texto escrito por: Alex kunddera Colunista Achei na Sinaleira
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