Foto: Reprodução do Facebook da cantora
ICultura
A cantora Carla Visi, 40 anos, levou todo o seu encanto mestiço para o palco do Largo Tereza Batista, no Pelourinho, na noite de ontem. Acompanhada pelos músicos Rudnei Monteiro (violões), Ayrton Zetterman (baixo) e Márcio Dhiniz (bateria percussiva), a artista mostrou por que é uma das melhores intérpretes brasileiras da atualidade. O show En*canto Mestiço, que tem direção artística de Paulo Atto e direção musical do maestro Letieres Leite, da respeitada Orkestra Rumpilezz, trouxe uma Carla totalmente renovada e muito confortável na pele de cantora de MPB. Para quem não sabe (ou não lembra), Carla foi vocalista, no período de 1996 a 2000, da Banda Cheiro de Amor, expoente grupo de Axé Music. Contudo, mesmo na época em que cantava músicas mais agitadas, a cantora não deixou de passear pelo universo da Música Popular Brasileira. Tanto é que, no CD “Cheiro de Amor- Me chama”, de 1998, ela gravou as músicas Me chama, do polêmico Lobão, eFácil de entender, de Jorge Vercilo.
O show no Pelô
Carla iniciou o show com uma canção que mais parecia uma prece, uma oração e depois saudou o público. “É um enorme prazer está tocando num lugar tão importante para a nossa cultura e fazendo música, que é o que a gente [se referindo aos músicos que a acompanhavam] ama fazer. Sejam bem-vindos!” declarou. A vocalista se apresentou descalça, certamente para receber toda a energia que os artistas dizem emanar do palco. E energia foi o que não faltou ao músico e vendedor Guilherme Cunha, 22 anos, admirador da artista desde os 13 e que fez grande esforço para prestigiá-la. “Hoje estou sem moto, sem carro, sem nada. Vou voltar pra casa de ônibus. Vim de Lauro de Freitas só pra ver essa mulher” falou com entusiasmo. Para Guilherme, dentre as cantoras baianas, Carla Visi e Daniela Mercury são as melhores, no que diz respeito à técnica vocal. Carla mostrou muita versatilidade no palco, além de brindar o público com a sua voz, ela declamou poesia e cantou em francês e inglês. Destaque também para o excelente jeito de corpo e jogo cênico da intérprete.
Convidados
O espetáculo contou com as participações de J. Velloso, Clifton Davis e o cantor e compositor Antonio Villeroy. J. Velloso cantou a sua mais famosa composição, Santo Antônio, segundo ele, para abrir os caminhos da anfitriã. O americano Clifton Davis tocou um jazz e impressionou os espectadores com sua potente voz. O gaúcho Antonio Villeroy, que é um dos mais importantes compositores do atual cenário da MPB, com composições gravadas por Ana Carolina (Garganta, Ela é bamba, Tô saindo, Uma louca tempestade, Pra rua me levar e Rosas, só para citar algumas), e por outras cantoras, cantou uma “milonga”, gênero musical típico de sua região.
Cantora com “C” maiúsculo
A apresentação de Carla Visi foi totalmente apaixonada e apaixonante. A desenvoltura da artista deixa muito claro o seu amor pela música. Há uma autêntica entrega à arte musical em sua identidade. Carla brinca com a voz e até um proposital suspiro da cantora soa bem aos ouvidos de quem a assiste. O ponto alto do show se deu quando ela cantou o sucesso Geladeira, música composta por Taís Nader, e que num dos trechos diz: “Como eu vou ser geladeira/Se eu tô me queimando inteira”. Na plateia, além de um público bem diversificado, as presenças das cantoras Márcia Short eLaurinha (primeira vocalista da Banda Cheiro de Amor e que se considera a primeira mulher a comandar um trio elétrico no Carnaval de Salvador) chamaram a atenção.
No final do show, Carla chamou todos os seus convidados de volta ao palco e juntos cantaram uma canção que homenageia os Filhos de Gandhy. Mas, assim que a cantora deixou o espaço, o público entoou gritos de “Mais um! Mais um!”. Ela não resistiu, atendeu ao pedido e cantou novamente a músicaGeladeira. Durante todo o espetáculo, Carla Visi fez questão de esclarecer para a plateia que o show En*canto Mestiço é uma vertente diferenciada do seu trabalho musical e, mesmo diante de alguns pedidos, se recusou a cantar músicas da época da Banda Cheiro de Amor. Quem ficou feliz com tal decisão foi a estudante Daiane Taís, 27 anos, fã da cantora. “O show foi maravilhoso porque conseguiu reunir músicas dos três CDs da carreira solo e ela nunca teve a oportunidade de mostrar isso” desabafou.
Na verdade, Carla Visi é uma artista determinada e que sabe muito o que quer. Oriunda de uma família com vasta experiência musical, a cantora herdou uma apurada vontade de fazer música, independentemente de rótulos. Carla não precisa e nem se encaixa em rótulos. Ela é Cantora e só isso basta para traduzi-la.
# Acesse o site www.carlavisi.com.br e escute a música Geladeira.
A cantora Carla Visi, 40 anos, levou todo o seu encanto mestiço para o palco do Largo Tereza Batista, no Pelourinho, na noite de ontem. Acompanhada pelos músicos Rudnei Monteiro (violões), Ayrton Zetterman (baixo) e Márcio Dhiniz (bateria percussiva), a artista mostrou por que é uma das melhores intérpretes brasileiras da atualidade. O show En*canto Mestiço, que tem direção artística de Paulo Atto e direção musical do maestro Letieres Leite, da respeitada Orkestra Rumpilezz, trouxe uma Carla totalmente renovada e muito confortável na pele de cantora de MPB. Para quem não sabe (ou não lembra), Carla foi vocalista, no período de 1996 a 2000, da Banda Cheiro de Amor, expoente grupo de Axé Music. Contudo, mesmo na época em que cantava músicas mais agitadas, a cantora não deixou de passear pelo universo da Música Popular Brasileira. Tanto é que, no CD “Cheiro de Amor- Me chama”, de 1998, ela gravou as músicas Me chama, do polêmico Lobão, eFácil de entender, de Jorge Vercilo.
O show no Pelô
Carla iniciou o show com uma canção que mais parecia uma prece, uma oração e depois saudou o público. “É um enorme prazer está tocando num lugar tão importante para a nossa cultura e fazendo música, que é o que a gente [se referindo aos músicos que a acompanhavam] ama fazer. Sejam bem-vindos!” declarou. A vocalista se apresentou descalça, certamente para receber toda a energia que os artistas dizem emanar do palco. E energia foi o que não faltou ao músico e vendedor Guilherme Cunha, 22 anos, admirador da artista desde os 13 e que fez grande esforço para prestigiá-la. “Hoje estou sem moto, sem carro, sem nada. Vou voltar pra casa de ônibus. Vim de Lauro de Freitas só pra ver essa mulher” falou com entusiasmo. Para Guilherme, dentre as cantoras baianas, Carla Visi e Daniela Mercury são as melhores, no que diz respeito à técnica vocal. Carla mostrou muita versatilidade no palco, além de brindar o público com a sua voz, ela declamou poesia e cantou em francês e inglês. Destaque também para o excelente jeito de corpo e jogo cênico da intérprete.
Convidados
O espetáculo contou com as participações de J. Velloso, Clifton Davis e o cantor e compositor Antonio Villeroy. J. Velloso cantou a sua mais famosa composição, Santo Antônio, segundo ele, para abrir os caminhos da anfitriã. O americano Clifton Davis tocou um jazz e impressionou os espectadores com sua potente voz. O gaúcho Antonio Villeroy, que é um dos mais importantes compositores do atual cenário da MPB, com composições gravadas por Ana Carolina (Garganta, Ela é bamba, Tô saindo, Uma louca tempestade, Pra rua me levar e Rosas, só para citar algumas), e por outras cantoras, cantou uma “milonga”, gênero musical típico de sua região.
Cantora com “C” maiúsculo
A apresentação de Carla Visi foi totalmente apaixonada e apaixonante. A desenvoltura da artista deixa muito claro o seu amor pela música. Há uma autêntica entrega à arte musical em sua identidade. Carla brinca com a voz e até um proposital suspiro da cantora soa bem aos ouvidos de quem a assiste. O ponto alto do show se deu quando ela cantou o sucesso Geladeira, música composta por Taís Nader, e que num dos trechos diz: “Como eu vou ser geladeira/Se eu tô me queimando inteira”. Na plateia, além de um público bem diversificado, as presenças das cantoras Márcia Short eLaurinha (primeira vocalista da Banda Cheiro de Amor e que se considera a primeira mulher a comandar um trio elétrico no Carnaval de Salvador) chamaram a atenção.
No final do show, Carla chamou todos os seus convidados de volta ao palco e juntos cantaram uma canção que homenageia os Filhos de Gandhy. Mas, assim que a cantora deixou o espaço, o público entoou gritos de “Mais um! Mais um!”. Ela não resistiu, atendeu ao pedido e cantou novamente a músicaGeladeira. Durante todo o espetáculo, Carla Visi fez questão de esclarecer para a plateia que o show En*canto Mestiço é uma vertente diferenciada do seu trabalho musical e, mesmo diante de alguns pedidos, se recusou a cantar músicas da época da Banda Cheiro de Amor. Quem ficou feliz com tal decisão foi a estudante Daiane Taís, 27 anos, fã da cantora. “O show foi maravilhoso porque conseguiu reunir músicas dos três CDs da carreira solo e ela nunca teve a oportunidade de mostrar isso” desabafou.
Na verdade, Carla Visi é uma artista determinada e que sabe muito o que quer. Oriunda de uma família com vasta experiência musical, a cantora herdou uma apurada vontade de fazer música, independentemente de rótulos. Carla não precisa e nem se encaixa em rótulos. Ela é Cantora e só isso basta para traduzi-la.
# Acesse o site www.carlavisi.com.br e escute a música Geladeira.
Por: Raulino Junior - Colunista Achei na Sinaleira
Raulino,
ResponderExcluirObrigada. Sempre bom ler textos claros sobre a nossa arte. Sem preconceitos e sem distorções.
Beijo grande e te acho na sinaleira,
Carla Visi